O transporte de mercadorias é um dos pilares do comércio global, mas, evidentemente, deixa uma “pegada de carbono” considerável, já que a maioria dos veículos utiliza fontes de energia que emitem CO₂.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), o setor de transporte é responsável por cerca de 29% das emissões de gases de efeito estufa no país. Em âmbito internacional, o cenário é ainda mais preocupante. A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) informa que os voos comerciais de carga emitem, aproximadamente, um bilhão de toneladas de CO₂ anualmente. Note que, nesses números, não incluímos os impactos dos modais rodoviários e marítimos.
Porém, não são apenas as emissões de CO₂ que causam preocupação. As embalagens usadas para o transporte de mercadorias também têm seu custo ambiental. Um relatório da Ellen MacArthur Foundation aponta que apenas 14% das embalagens plásticas são recicladas, enquanto o restante acaba em aterros ou poluindo o meio ambiente.
Existem alternativas mais sustentáveis, como embalagens feitas de fibras vegetais ou materiais biodegradáveis. A consultoria Grand View Research projeta que o mercado de embalagens sustentáveis crescerá 5,1% ao ano até 2025, conforme as empresas buscam reduzir sua pegada de carbono. A adoção de “Green Packaging” pode fazer uma diferença significativa na cadeia de suprimentos global.
Isso nos introduz a um termo cada vez mais importante: Supply Chain Sustainability (Sustentabilidade na Cadeia de Suprimentos). Este conceito vai da obtenção da matéria-prima à entrega do produto final, visando minimizar impactos ambientais. De acordo com o Banco Mundial, uma cadeia de suprimentos mais sustentável poderia reduzir as emissões de CO₂ em até 22%.
A Responsabilidade Social Empresarial (RSE, ou Corporate Social Responsibility, em inglês) também tem um papel crítico. Empresas que integram práticas sustentáveis não apenas beneficiam o meio ambiente, mas também obtêm uma vantagem competitiva. A revista Harvard Business Review afirma que organizações com fortes credenciais em sustentabilidade superam aquelas que não têm, especialmente em mercados competitivos.
Concluindo, o transporte internacional e a logística associada causam um impacto substancial no meio ambiente, tanto em termos de emissões de CO₂ quanto no uso de embalagens não sustentáveis. Contudo – e felizmente –, existem alternativas e práticas empresariais que podem amenizar esses efeitos. O desafio, agora, é implementá-las de forma mais abrangente, para assegurar um futuro mais verde para todos.