Quando crianças, nos bancos escolares, fomos introduzidos às célebres rotas comerciais da história, como as lendárias Rota da Seda e das Especiarias. Na época, não podíamos imaginar que essas antigas vias de comércio nos iniciavam em nossas carreiras atuais.
Hoje, percebemos que nossas profissões estão fundamentadas no mesmo princípio que impulsionou aquelas rotas milenares: a logística.
Quando acolhemos novos profissionais em nossa equipe, enfatizamos a relevância de nossa profissão. Neste artigo, ressalto que, apesar das constantes inovações tecnológicas que por vezes geram apreensão, nossa área tem se adaptado e permanecido como protagonista ao longo do tempo – mas é necessário não nos tornarmos míopes diante dos horizontes.
O que o futuro nos reserva?
Minha perspectiva é fundamentada em evidências concretas. Um exemplo é o anúncio da Walgreens sobre o fechamento de cerca de 1.200 lojas, em outubro de 2024. Esta decisão drástica é uma resposta direta à crescente competição do mercado online, impulsionada principalmente pela eficiência logística oferecida pelos concorrentes digitais.
Neste caso, qual foi o ponto de inflexão para a Walgreens e outras grandes redes farmacêuticas nos Estados Unidos enfrentarem a queda nas vendas? A resposta nos leva a examinar como a evolução da logística redefiniu as expectativas dos consumidores e alterou fundamentalmente o modelo de negócios tradicional dessas empresas.
Acredito que o fato de a Amazon ter anunciado, em outubro de 2023, que começaria a realizar testes para entregas de medicamentos via drones, diretamente na porta da casa dos compradores, uma hora após realizarem o pedido no site, foi decisivo. Aliás, a companhia já vinha usando drones para entregar utensílios domésticos dessa forma, na Califórnia, desde dezembro de 2022.
A Amazon não é a única a inovar no modelo de entrega. Conforme relatado pelo TechXplore, a CVS Health, outra gigante do setor farmacêutico, fez uma parceria estratégica com a UPS, líder global em logística, para testar entregas de medicamentos por drones na Carolina do Norte em 2019.
Estas iniciativas demonstram como as empresas tradicionais estão se adaptando rapidamente, incorporando soluções logísticas avançadas para competir no mercado em constante evolução.
No Brasil, o setor logístico ainda possui um vasto potencial de desenvolvimento, especialmente na logística interna. Como profissionais da área, nossa missão é dupla: atuar com excelência e precisão no presente, enquanto projetamos um futuro ideal.
Devemos, sem inibições de qualquer natureza, almejar esse ideal, buscando a perfeição com a ousadia dos precursores, explorando possibilidades que hoje parecem inalcançáveis. Esta visão progressista é essencial para impulsionar avanços significativos em nossa indústria e contribuir para o crescimento econômico do país.
Denise Alves
CEO da Nuno//Fracht