A geopolítica e seus reflexos no comércio internacional e na logística mundial

Recentemente, a CEO da Nuno//Fracht, Denise Alves, se posicionou analisando os possíveis impactos no caso da vitória de Donald Trump ou Kamala Harris nas eleições presidenciais dos Estados Unidos (leia aqui). Denise cita que, mesmo conhecendo os perfis de cada candidato, não existe certeza concreta sobre como eles agirão, pois, como bem disse, “o que sabemos é que sempre é possível acontecer o improvável”. 

Sabemos mesmo o que é geopolítica?

O termo “geopolítica”, onipresente na mídia atual, vai muito além de simples disputas territoriais. Ele representa a complexa interação entre geografia, ideologia, poder e relações internacionais, moldando o cenário mundial e interferindo diretamente no comércio e na logística.
Em essência, a geopolítica analisa como a busca por influência e recursos por parte das nações interfere na organização do espaço global, criando alianças, rivalidades e, consequentemente, zonas de tensão e oportunidades (memorize esta última parte: oportunidades!).

Voltando para antes dos anos 90

Para entendermos melhor esse conceito, podemos revisitar o período da Guerra Fria. O mundo, então, estava dividido em dois grandes blocos: o ocidental, capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o oriental, socialista, sob a égide da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Essa polarização ditava as regras do comércio internacional, com cada bloco estabelecendo suas próprias áreas de influência e acordos comerciais, limitando a interação entre si. A competição ideológica e a constante ameaça de conflito armado criavam barreiras e incertezas para as empresas que buscavam se internacionalizar.

Eis que surge a globalização

A partir da queda do Muro de Berlim, do fim da Guerra Fria e dos avanços da tecnologia, especialmente nos transportes e nas comunicações, começou a nascer o fenômeno da globalização, um processo de integração econômica, social e cultural em escala mundial.

A redução de barreiras comerciais, a liberalização dos mercados financeiros e o aumento dos investimentos estrangeiros criaram um ambiente propício para o crescimento exponencial do comércio internacional.
Empresas puderam expandir suas operações para novos mercados, acessar matérias-primas e mão de obra a custos mais competitivos e diversificar suas cadeias de suprimentos. Esse intercâmbio global de bens, serviços e capitais fomentou o desenvolvimento econômico de diversos países, promovendo a inovação, a especialização produtiva e a criação de empregos em escala global.

Contudo, a globalização também trouxe consigo desafios, como a desigualdade na distribuição de renda e os impactos ambientais, demandando uma abordagem mais sustentável e inclusiva para seu desenvolvimento futuro.

Hoje, o improvável é sempre o mais provável 

Embora sem a mesma rigidez da Guerra Fria, um novo cenário de polarização se desenha atualmente. De um lado, um bloco liderado pelos Estados Unidos mantém sua influência. Do outro, Rússia, China e Irã fortalecem seus laços políticos, militares e econômicos, configurando um bloco com crescente poder global.

Essas novas alianças e rivalidades, muitas vezes baseadas em ideologias políticas e econômicas divergentes, impactam diretamente o fluxo de mercadorias e serviços no mundo.

Os conflitos armados, outrora aparentemente distantes, se intensificam e interferem no transporte internacional. Sanções econômicas, fechamento de rotas comerciais e aumento do custo dos fretes são apenas algumas das consequências diretas dessas tensões geopolíticas. A guerra na Ucrânia, por exemplo, demonstra claramente como a geopolítica pode interromper cadeias de suprimentos globais e gerar instabilidade nos mercados.

A greve dos trabalhadores portuários norte-americanos

Um exemplo recente da influência da geopolítica no cenário econômico é a greve dos portuários da Costa Oeste dos Estados Unidos, iniciada em 1º de outubro. A decisão do presidente Biden, democrata, de apoiar os trabalhadores em detrimento das pressões do mercado, ilustra como fatores políticos internos também podem afetar o comércio internacional e a logística, gerando atrasos e congestionamentos nos portos, com consequências globais.

Desafios e oportunidades para os players do comex e logística

Diante desse panorama, é fundamental que empresas que atuam no comércio internacional desenvolvam uma visão geopolítica aguçada. Acompanhar atentamente os pontos geográficos de interesse comercial e criar cenários prospectivos é fundamental para a resiliência dos negócios. Perguntas como: “Se este país entrar em conflito, o que acontecerá com minhas operações? Quais alternativas tenho? Como posso mitigar os riscos?” devem ser parte integrante do planejamento estratégico.

A nova bússola do comex e da logística

A geopolítica é, portanto, a nova bússola do comércio internacional e da logística. Compreender suas nuances e antecipar seus movimentos é essencial para navegar em um mundo cada vez mais complexo e interconectado. As equipes do Grupo Fracht estão à disposição para oferecer suporte e expertise, ajudando sua empresa a se preparar para os desafios e oportunidades do cenário global.

Sobre a estrutura Fracht no Brasil

Nuno, CTI e Fracht LOG são empresas especializadas no setor logístico, atendendo diversos segmentos da economia, com destaque para os setores químico, farmacêutico, de saúde e bem-estar, industrial, automotivo e de energia. Com profissionais experientes, elas facilitam processos de importação e exportação, permitindo que os clientes foquem em seus negócios.
As empresas fazem parte do prestigiado Grupo Fracht, que foi fundado na Suíça em 1955. Ele se destaca por sua ampla rede, contando com 150 escritórios distribuídos em mais de 50 países. No Brasil, o Grupo tem presença nos principais estados da Federação, garantindo uma cobertura logística compreensiva em todo o território nacional.