Gestão de riscos no Canal do Panamá: as lições da crise hídrica sem precedentes

Uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, o Canal do Panamá, viu-se diante de um desafio colossal nestes últimos dois anos: a seca. Essa hidrovia, por onde transitam cerca de 12 mil navios anualmente, movimenta em torno de US$ 270 bilhões em cargas. Além disso, ela é vital para a economia panamenha, gerando, aproximadamente, US$ 1,7 bilhão por ano. No entanto, suas operações foram ameaçadas pela escassez hídrica.

Um alerta vermelho para o clima

A crise hídrica no Canal do Panamá é um exemplo contundente dos impactos das mudanças climáticas. O ano de 2023, considerado o mais quente dos últimos 100 mil anos, segundo o observatório europeu Copernicus, trouxe consigo um agravamento da seca na região, intensificada pelo fenômeno climático El Niño.

O El Niño, um padrão climático que ocorre no Oceano Pacífico e impacta os regimes de chuvas em diversas partes do mundo, contribuiu para um déficit de precipitação ainda mais acentuado no Panamá. O resultado foi o segundo ano mais seco em 110 anos de história do canal, com o mês de outubro de 2023 registrando um déficit de precipitação de 41%.

Consequências e respostas à crise

A seca sem precedentes exigiu restrições emergenciais ao tráfego de navios, num momento crítico para a Autoridade do Canal do Panamá (ACP). Sua principal fonte hídrica, o Lago Gatun, chegou a atingir níveis de reserva técnica mínimos, impactando não apenas o transporte de mercadorias, mas gerando atrasos significativos na cadeia logística global. Diversos setores sentiram o impacto, com atrasos na entrega de produtos e aumento dos custos de transporte.

Diante da crise, a ACP implementou medidas para garantir a continuidade das operações, como a redução do calado máximo permitido para os navios e a limitação do número de embarcações que atravessam o canal diariamente. A construção de um novo reservatório, prevista para os próximos quatro ou cinco anos, surge como uma solução a longo prazo para fortalecer a capacidade hídrica do canal e garantir a fluidez do comércio marítimo. Esse prazo poderia ser encurtado se não houvesse obstáculos, como questões regulatórias e sociais, que precisam ser superados.

Felizmente, os últimos registros pluviométricos permitem otimismo nos escritórios da ACP. Apesar das marcas deixadas pelo fenômeno naturalmente cíclico do El Niño, a perspectiva de chuvas regulares nos próximos meses aponta para uma retomada gradual das operações no Canal do Panamá. Em abril, o movimento de navios já apresentava sinais de recuperação, com 739 embarcações registradas, em comparação às 1.026 do ano anterior, de acordo com dados do Marine Traffic.

Esperança para o futuro

A crise hídrica no Canal do Panamá serve como um alerta para a urgência de se encontrar soluções para os desafios impostos pelas mudanças climáticas. A busca por fontes alternativas de água, a otimização do uso dos recursos hídricos existentes e o desenvolvimento de tecnologias mais resilientes ao clima são essenciais para garantir a sustentabilidade do Canal e do comércio global.

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