O que há de novo em transporte intermodal?

Em um mundo que corre, a maneira como movemos nossas mercadorias está sob os holofotes – não só pela busca incessante de eficiência e custos mais baixos, mas, também, pelo peso crescente da consciência verde. É nesse cruzamento entre inovação e sustentabilidade que o transporte intermodal se destaca, sendo um campo fértil para soluções positivas tanto para o planeta quanto para os negócios. Neste artigo, exploraremos algumas das transformações que estão remodelando este setor.

 

Convergência terrestre: quando estradas, trilhos e rios se encontram

 

A inteligência artificial (IA) é capaz de proporcionar rotas mais inteligentes, viagens mais rápidas e custos mais baixos. E isso é só o começo: estamos falando de uma era em que a coordenação entre diferentes meios de transporte se torna cada vez mais afinada. É uma integração que flui, adaptável às mudanças rápidas do mercado e alinhada com a urgência de cuidar do nosso planeta.

A implementação de IA abrange desde a otimização de rotas até a segurança nas estradas, sem esquecer da agilidade no atendimento ao cliente. E, se pensar em chatbots e assistentes virtuais soa como música para os seus ouvidos, prepare-se: o show está apenas começando.

Mas, claro, nem tudo são flores. O caminho para essa nova era digital vem com seus desafios: investimentos iniciais que fazem você pensar duas vezes, a dança delicada da coleta e qualidade dos dados e uma série de questões sobre privacidade e regulamentações que ainda precisam encontrar seu ritmo.

 

Energia limpa em movimento

Dentro desse espectro dos transportes intermodais, a crescente adoção de veículos e embarcações movidos a energias alternativas representa um grande passo rumo à redução das emissões de gases do efeito estufa. 

Por exemplo:

  • o setor rodoviário atual constata um aumento no uso de caminhões elétricos e híbridos;
  • no âmbito ferroviário, trens alimentados por hidrogênio e baterias elétricas estão sendo testados e implementados;
  • e, na navegação fluvial, inova-se com barcaças movidas a energia solar e outras fontes renováveis.

A eco-inovação focada no desenvolvimento de motores mais eficientes e menos poluentes é vital para reduzir o impacto ambiental. Essas adaptações tanto atendem às regulamentações atuais como estimulam novas exigências, que devem ser cada vez mais rígidas. 

Outro ponto interessante é que, de acordo com estudo publicado no Flexible Services and Manufacturing Journal, a conversão de cargas de caminhão para intermodal pode reduzir em até 30% as emissões de CO2 de uma remessa​​. 

Além disso, os trens intermodais podem mover uma tonelada de carga por, aproximadamente, 830 milhas com apenas um galão de combustível diesel, e liberam apenas 5,4 libras de emissões de carbono por 100 toneladas-milha, em comparação com 19,8 libras emitidas pelos caminhões.

 

Infraestruturas verdes: portos e depósitos

A construção de infraestruturas verdes em terminais e portos, com sistemas de energia solar e uso de materiais sustentáveis, e a implementação de práticas responsáveis de gestão de resíduos são passos importantes rumo à sustentabilidade. Da mesma forma, os armazéns estão adotando iniciativas verdes, como o uso de materiais recicláveis na sua construção e veículos guiados totalmente elétricos, reduzindo as emissões no transporte interterminal.

 

Blockchain: códigos que conectam

O uso de tecnologia blockchain melhora a visibilidade e segurança da cadeia de suprimentos, permitindo um compartilhamento de informações seguro e transparente entre todos os parceiros. Esta tecnologia tem o potencial de substituir sistemas manuais e baseados em papel, reduzindo custos e tempo de transporte​​.

 

A era dos autônomos

O platooning é capaz de aumentar a segurança e a eficiência nas estradas. Esse método consiste em formar comboios de caminhões que se movem em sincronia, com um veículo líder dirigido por um humano e os subsequentes seguindo automaticamente, a uma distância pré-definida, graças ao controle eletrônico.

Empresas como Locomation e Peloton Technology estão à frente dessa corrida, desenvolvendo soluções com o objetivo de reduzir as emissões de CO2, diminuir o consumo de combustível e melhorar significativamente a segurança nas rodovias. 

A Locomation, com sua tecnologia ARC (Autonomous Relay Convoy), apresenta uma proposta inovadora em que dois caminhões operam em conjunto, com o primeiro servindo de guia para o sistema autônomo do segundo. 

Já a Peloton Technology aprimora essa interação por meio de sistemas avançados de mitigação de colisões e comunicação direta veículo a veículo (V2V), permitindo uma operação conjunta mais segura e eficiente.

A adoção dessa tecnologia está em constante evolução, com diversos projetos piloto e estudos em andamento para avaliar sua aplicabilidade e segurança em diferentes cenários de trânsito.

 

Bits e bytes no comando

A digitalização é uma força motriz por trás da inovação no transporte intermodal, oferecendo novas maneiras de gerenciar e otimizar as operações de transporte. 

Tecnologias como o eBL (Electronic Bill of Lading), integrações diretas e contêineres inteligentes permitem uma rastreabilidade em tempo real, maior segurança das cargas e eficiência operacional. 

Além disso, a análise de dados e a inteligência artificial são utilizadas para prever demandas, otimizar rotas e melhorar a tomada de decisões, tornando o transporte intermodal mais ágil e adaptável às mudanças nas condições do mercado.

 

Unidos, venceremos

A inovação aberta transforma o setor de transporte intermodal ao promover a colaboração entre empresas, instituições acadêmicas e outros parceiros estratégicos. Esse modelo incentiva o compartilhamento de ideias, recursos e tecnologias, acelerando o desenvolvimento de novas soluções de transporte. 

Por meio da inovação aberta, as empresas podem explorar novas tecnologias, como veículos autônomos, IoT (Internet das Coisas) e blockchain, para melhorar a eficiência, segurança e transparência das operações de transporte intermodal.